22 de setembro de 2021

Desenhar é o Meu Prazer

 



Desenhar é o Meu Prazer - Por LR.

 




 

É possível explicar o que é a genialidade, o talento de alguém?

Também é possível explicar como essas pessoas perseguem um objetivo, uma conquista sobre si mesma? O artista só se encontra e se realiza na sua arte.

Desde a infância ele visa encontrar no seu trabalho - voltado para sua genialidade - sem descanso da mente e do corpo, dia após dia se dedicando a desenvolver o seu talento.

Sente que este talento brota e lhe consome, não deixando lugar para se dedicar às coisas comuns, fluindo em todos aqueles pensamentos de criar histórias, personagens, imagens refletidas e intensamente elaboradas que deverão ser exteriorizadas em formas de traçados, de desenho, porque com certeza essas mesmas criações darão lugar a outras, e mais outras, e mais outras, em um universo sem fim.

Essas imagens desencadeadas tumultuarão o seu ser, coloridas e em preto e branco, em meio a uma diversidade de lugares onde se apresentarão as pessoas se interagindo: feições de rostos na confusão dos risos de felicidade, dos choros de tristeza, no desempenho de ações, sem falar dos objetos que se oferecem para serem manipulados, colocados aqui e ali, em qualquer lugar, em meio a tudo aquilo que se desenvolve e que vai se tornando concreto nas infindáveis folhas de papel e materiais de vários tipos.

Trabalho incessante que se faz através da manipulação das pequenas e finas pontas dos lápis pretos e coloridos, enfileirados ordenadamente nas caixas novas, ou transbordando desordenadamente nas caixas de papelão ou nos estojos; constantemente usados os apontadores, ou o emprego desgastante das borrachas que raspam o papel, consertando estes contornos, que foram gerados pelo pensamento. Muitas e muitas vezes estes mesmos contornos teimam a não obedecer aquilo que a ideia dita, ordena e exige e quer impor a qualquer custo, e pelas suas mãos que vão em segundos, em minutos, em horas, em meses, em anos, o artista vai criando.

O artista critica a si próprio quando estas suas mãos delineiam errado, causando nele um desespero nesta busca da perfeição, naquilo que cria, e seu gênio, aquele seu deus interior, o aprisiona e o faz trabalhar sem descanso.

Exige que ele exponha para si mesmo o que ele é capaz. Está nele este gênio submerso, e quer de toda maneira vir à tona, e sairá com certeza.

Assim ele age, assim ele é, assim ele conseguirá...Porque embora desgastante, desenhar é o seu maior prazer...

 

 

Uma história Pessoal- Por L.R.



Muita experiência acumulada ao longo de sua vida. Aos dois anos colava em um folha os seus primeiros pedacinhos coloridos de papel e traçava as suas primeiras garatujas.

Sua mãe fazia aulas de desenho publicitário durante seu período de gestação. Teria algo a ver? Desenvolvido nele este interesse? Talvez ele tenha gostado muito daquilo, e então este gosto, esse gênio, essa fixação pelo desenho, pela criação, pelas cores. Cresceu alimentando a ideia de ser um desenhista reconhecido, os familiares o incentivavam percebendo que assim poderia ser.

Na época da escola era o que continuava fazendo: animais, monstros, objetos, pessoas, carros, histórias curtas, caricaturas. Sua paixão era o desenho, e ele pesquisava gente: pessoas interessantes ou famosas pelas suas criações e por diversas razões. Comprou muitas revistas e livros sobre infindáveis assuntos. Colecionou, estudou, frequentou por algum tempo um curso de desenho, mas se tornou autodidata porque ele se esforçou para criar seu estilo próprio, muitas histórias estão encadernadas nos seus arquivos. Sempre se achará muitas e muitas cartolinas e papéis com tudo quanto é tipo de traçados e figuras, toda uma vida trabalhando na arte da criação.

Publicou algumas histórias curtas, mas nada que o fizesse se sentir realizado. Quis muito mais. Trabalhou durante alguns anos em um álbum com o título: Humanamente Contagiante. Não conseguiu sua publicação pelo texto ser muito compacto e exigir correções que ele mesmo depois percebeu serem necessárias.

Sofreu as decepções do não, e como impôs a sua maior força de vontade para não fugir do que queria para sua vida, que era colocar todos os seus pensamentos criativos que insistiam em sair e se fixarem no papel, e não se conformar em fazer o que todos fazem, ou seja; conseguir um emprego para ganhar um salário e contentar em ser só mais um, igual a tantos, a muitos que estabelecem para si um modo tal qual o modelo geral, para ter uma vida tranquila e abandonam o seu sonho.

Não para ele, e seguiu na busca de seus objetivos mergulhando a fundo nos seus desenhos, na música que então para variar as atividades, um dia, se dedicou. Ela também lhe requisitava a ser criada, a ser associada a seu gênio.

Entre intervalos de desenhos e composições musicais se informava de tudo o que acontecia: fatos em geral. Tinha esta facilidade de acumular, sem os esquecer. Como era possível estar quase ininterruptamente criando seus desenhos e ao mesmo tempo estar ligado a tudo? Era como se uma coisa estivesse ligada a outra, e tudo se encaixava para lhe fazer completo, para fazer dele uma pessoa bem atualizada, para que com isso, os objetivos que traçava para si próprio, através desse conhecimento, viessem a lhe favorecer.

Assim, depois de percorrer através do computador os caminhos da técnica e aprimorar a pintura a lápis, as coisas foram ficando mais rápidas. Conseguiu o traçado computadorizado. Valeu-se das cores prontas, ficou tudo mais simples ao perceber que dominava magnificamente o que fazia e concluiu enfim, seu álbum: a história em quadrinhos que finalmente lhe satisfez.

Terminado o seu trabalho, quase abandonando todos os prazeres que a vida oferece, se preocupando exclusivamente com o que para ele é sua vida, entrou em contato com a Conrad Editora e depois de análises viu aprovada a sua obra, e entre fechamento de contrato, correções de textos para a gráfica, ele viu que seu sonho estaria prestes a realizar.

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Victor Diógenes realizou o seu sonho; viu seu trabalho: Juliet Circus - Um Sorriso no Canto da Boca, conhecido e publicado, e isto aconteceu numa segunda feira, no dia dezenove de março de dois mil e doze.





Criado por Lavínia Ruby em 25/03/12. mariegracev

Homenagem ao cartunista publicitário Victor Diógenes

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