Natureza - Por L.R.
Uma floresta.
Exuberante.
Verde intenso.
Fechada.
A vegetação rasteira, mas selvagem, impede a entrada. É fino e alto o capinzal.
Sob as árvores, folhas secas e mortas se amontoam formando um tapete macio.
Por toda parte ou no capim ou nas clareiras escondem-se perigos.
Variedades de plantas se entrelaçam umas às outras se emaranhando nos troncos, nos galhos, se alastrando no chão.
Troncos grossos de árvores centenárias, copas frondosas que escondem o sol, galhos esparramados floridos, sem flor, com frutos às vezes desconhecidos, outros com folhas medicinais e que rescendem um aroma inebriante, bem como as folhagens apresentando esplendoroso e magnífico dossel.
Também estão lá as florzinhas miúdas, simples, multicoloridas que se espalham sobre a terra úmida, rica em húmus e elas se estendem em uma proporção sem fim, cobrindo um vasta orla de um pântano onde se desenvolvem plantas aquáticas nos tons verde-claro ou escuro. Esse pântano se embrenha por dentro da mata encharcando os troncos, encobrindo as árvores e arbustos nas épocas de chuva intensa.
Essa também faz presença em forma de chuvisco leve ou chuva pesada e passageira no verão devido ao calor excessivo, surge à tarde como convidada bem-vinda.
Por entre a vegetação, sobre ela, debaixo dela se locomovem um número incontável de espécies, animais vivos, microscópicos, pequeníssimos, pequenos, médios, grandes e enormes, todos se coordenam entre si e com as plantas, obedecendo a ordem de uma cadeia alimentar, satisfeitos em seu hábitat.
Tudo na floresta é medido em tempo pela mãe natureza, desde o nascer, o crescer, o manter-se vivo ou morrer. Sobrevive o mais forte, mas o mais fraco é subordinado a ele por uma lei de necessidade, para que tudo permaneça imutável, permanente e equilibrado.
Para celebrar tudo que permanece todos os dias na mais perfeita harmonia, os pássaros da floresta em seus ninhos nas árvores soltam seus trinados alegrando o mundo verde, se misturando aos demais ruídos, sons, vozes de animais, estalar de galhos, tombo leve das folhas, ruído do vento balouçando galhos e hastes. Entre esses galhos vê-se variados pássaros, miúdos, grandes, de uma só cor, multicoloridas plumagens, de piados estranhos, finos, esvoaçando entre as árvores ou cortando o ar e se ocultando nas copas.
Também não poderia deixar de haver como dádiva de toda mãe natureza, o rio, a queda d'água, o regato, todo adornado pelas plantas ou quase sempre trazendo consigo as rochas, e correndo entre elas a água pura, limpa, cristalina, fresca, até às vezes gelada, de cor verde pelo reflexo das árvores que se inclinam sobre ela, como ansiosas por beber e nutrir dela.
Os animais procuram também matar ali a sua sede e aproveitam como se soubessem que ali é a fonte de toda a vida.
Todos daqueles seres vivos, animais ou vegetais que compõe a floresta não sabem que estão vivos e que existem. Simplesmente estão vivos e existem. Porém o ser humano, vivo, existente tem consciência disso.
Está em suas mãos conservar os animais, a floresta, o rio intacto.
Tudo ali está seguro, não há perigo, com a sua proteção.
Ele não pode destruir a natureza e pensar que depois poderá refazê-la novamente tal qual é.
Talvez consiga recuperá-la, mas não perfeita como ela é na origem.
Melhor seria se não a devassasse, a respeitasse. Os reinos animal, vegetal e mineral se pudessem agradeceriam lhe dando seu excesso.
Criado por Lavínia Ruby em 23/05/10. mariegracev

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