Valquíria - Por L.R.
Valquíria era uma mulher muito bonita, elegante, alta, magra, cabelos castanhos-claro levemente ondulados até aos ombros, olhos castanhos, nariz fino e reto, lábios bem contornados, maçãs do rosto salientes. Um tipo de mulher que chamava atenção, tanto por seus traços físicos, como pelo seu trajar: vestidos colados ao corpo, mas discretos, saias e blusas bem cortadas, sapatos altos e modernos, enfim, roupas compradas nas melhores boutiques em bairros nobres da cidade.
Vivia em um apartamento bem decorado ao seu gosto. E só. Embora já houvesse completado trinta anos, não estava preocupada com isso e não procurava e nem incentivava nenhum homem a uma aproximação. Já havia passado por uma experiência amorosa que marcara profundamente sua vida.
Dos rendimentos de sua agência de publicidade que montara assim que se formara, e que lhe agora depois de oito anos, proporcionava-lhe uma vida tranquila devido aos clientes fiéis e trabalhos extras que eram feitos com dedicação, criatividade e responsabilidade dos profissionais a seu serviço, estava em uma situação estável
Ela sabia ser uma boa administradora e contatar pessoas usando sua personalidade marcante, boas argumentações, em suma, sua segurança profissional era bem convincente, contribuindo para o êxito de sua empresa.
Um dia, Valquíria estava em seu escritório, quando a sua secretária veio anunciar que havia uma pessoa interessada em lhe mostrar alguns trabalhos que talvez a sua agência interessasse por eles. Ela então, pediu que a secretária marcasse uma hora porque ela estava muito ocupada.
A pessoa, embora insistisse muito, foi embora e voltou na manhã seguinte no horário marcado.
Valquíria, porém, nesse dia não compareceu ao escritório porque houve um contratempo - um cliente antigo a ocupou quase o dia todo - e quando voltou à agência já era tarde. E assim passou mais dois dias e a pessoa não apareceu mais.
Valquíria estava entrando em seu escritório quando a secretária lhe disse que alguém queria falar-lhe ao telefone, se ela poderia atender.
_ Quem era? Perguntou. Disse chamar-se Cláudio e já esteve aqui para mostrar-lhe seus trabalhos. Está procurando emprego.
Valquíria mandou dizer-lhe para ir ter com ela naquele momento.
Depois de quarenta minutos o rapaz chegou.
Trazia uma pasta grande, verde, debaixo do braço, era alto, magro, sério, tímido, cabelos negros, meio lisos, olhos profundos e tristes, rosto bem bonito, traços fortes, boca bem feita, nariz fino, queixo saliente, ar bem intelectual.
Ela começou a conversar com ele.
Tinha trinta e três anos de idade, formara também em publicidade, mas gostava mesmo era de desenhar histórias em quadrinhos, publicá-las. Tinha planos com relações a outros temas e histórias e o que Valquíria percebeu é o seu conhecimento a respeito de tudo, era muito bem informado.
Disse que como não poderia mais esperar vencer por si próprio depois de tantas decepções, andando atrás de editoras para publicar seus trabalhos, precisaria mesmo trabalhar em agência e por isso a procurara.
Estava sendo bem sincero e Valquíria teve certeza que ele seria um ótimo profissional. Era muito criativo.
Então o contratou e Cláudio começou o seu trabalho na agência.
Estava feliz, via-se a sua satisfação em criar os anúncios publicitários, os desenhos, as ilustrações, os textos bem elaborados que atingiam diretamente o público alvo e através desse trabalho, antes tão desdenhado, ele estava ganhando um destaque enorme e crescendo cada vez mais dentro da agência.
Não estava cabendo mais lá e agora sua vida estava se transformando radicalmente, chovia propostas de trabalho de todo tipo, e ele já estava ampliando seus horizontes com novos contratados. Ainda ligado à pequena agência, abriu a sua, prédio agora enorme, fachada de vidros azuis e escritórios, bem equipados com computadores, máquinas tipográficas modernas.
Junto a ele com os olhos apaixonados ocupando uma mesa à sua direita, Valquíria agora não mais tão só.
Criado por Lavínia Ruby em 15/04/10. mariegracev

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