28 de setembro de 2021

Três anos depois...

 

Três anos depois... - Por L.R.

 

 

Estou recordando como foi.

Eu disse a mim mesma: _Não abrirei nenhuma outra opção. Será este meu pseudônimo.

Era talvez um tempo especial. Quem sabe eu estivesse vivendo uma situação especial. Como saberei o que se passou comigo? Que resolução era aquela de escrever?

Seria conveniente fazer algo diferente do habitual, ou estava com meus sentimentos à flor da pele e então queria alguém que falasse por mim as minhas palavras caladas?

Alguém que sentisse, ou que sentiu um dia, o que eu sentia?

Para mim ela foi incrivelmente real, tão presente; eu queria um nome diferente, e o meu pensamento nela, imediatamente o sugeriu.

Tinha essa ideia constante em minha cabeça, de usar esse pseudônimo por um prazo indefinido, o que iria equivaler a escrever em nome dela tudo que eu viesse a pensar ou achasse interessante. Sua fidelidade constantemente me estimulava e me fortalecia na convicção de que deveria insistir.

Algo me assegurava que eu não teria que me preocupar com nada, teria segurança, tranquilidade, poderia sonhar a vontade, e tudo que eu escrevi foi resultado dela estar presente, de ser minha inspiração, de ser minha amiga invisível, participando dos meus dramas como em Loucura; nas minhas lembranças encerradas na Caverna; de meus riscos como o meu personagem envolvido nas drogas; como na doçura de Lia e Mário em Água com Açúcar; como no Riso de Rute; como na vergonha de Louise; na compaixão de Lourdes; na solução radical de Gertrudes; na inclemência do personagem de Horizonte; na delicadeza de Borboleta; no temperamento do encrenqueiro Gregório; na Popularidade do Gênio; na persistência de Arnold; na minha paixão pelo Mar; na miséria do Pobre; na incredulidade do cientista em Solidão; nas minhas ofensas geradas em Rivalidades; na minha fraqueza em Entre Parênteses; na serenidade de minha Vida Rural; na minha confusão no Sim, Não e Talvez; no exagero de Prego; na minha franqueza em Sonhos Inúteis, no assombro em Irracionalidade, no segredo de Daniel e Martim; na humildade de Pedro; na obscuridade da Cortina, no prazer insaciável de Fiama; na descoberta do Eu, Acima de Tudo; no encontro comigo mesma, em Encanto de Pessoa; como na minha aflição gerada pela minha Imobilidade; como na audácia de Noêmia, como nas saudades da Porta Fechada e da Porta aberta; como na curiosidade que mata Cabeça de Fogo; enfim, dos sentimentos que vivi em minhas memórias e viveram todos os personagens dos meus contos, dos meus relatos e tudo o mais inserido naquelas palavras por ela ditadas.

Lavínia Ruby! Felicitações para você neste seu aniversário, pois, és parte do meu eu nesta convivência tão íntima comigo que sempre acreditei seriamente que se você estivesse presente, se não fosse talvez somente um nome, se existisse, verdadeiramente me agradaria mais ainda.

Mais de três anos de sua presença comigo, coincidência ou não, tão familiar seu nome, agora será tão real, porque esta é a novidade: toda vez que eu olhar essa menininha que vai nascer e que terá seu nome Lavínia e tão próxima ficará de todos nós, a filhinha de minha sobrinha Bárbara, que não conseguirei deixar de associá-la à Lavínia Ruby, o nome que me inspirou a criar meu blog.



Homenagem a Lavínia Ruby- três anos depois



E então aconteceu...

Será mesmo verdade?

É estranho como agora é... Existirá realmente Lavínia?

Porém, podem acreditar que eu também me pergunto... Como foi isso?

Agora não duvido, se foi forçoso, de minha parte...Chamá-la. De sua parte...Querer existir.

Foi eu ter pensado intensamente? Expressar por você através de personagens? Tornar assim real a sua existência? Descobrí-la? Porque você estava oculta, mas presente, viva ainda.

Sem dúvida que com tudo que escrevi tornei real a sua existência.

Sua presença permaneceu comigo. Segura eu estou que você queria vir, estar aqui, e já completou três anos.

Sentiu-se persuadida...em ficar.

Essa disposição de impor constantemente a sua presença, muitos sentimentos juntos, deveria mesmo querer viver, existir.

Sua intérprete eu fui.

Com ânimo aproveitei.

E foi um prazer me expressar por ti.

Você me convenceu com o simples pensamento de seu nome como meu pseudônimo.

A sua recompensa nascer, enfim, a minha recompensa ousar chamá-la: Lavínia Ruby pois, és: preciosa.

Escrito por Maria das Graças Vieira de Carvalho do Lago para Lavínia Ruby em 21/05/2013. No seu Terceiro aniversário. mariegracev



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